quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Paragem no tempo


Estou sentada na minha secretária, à espera que haja uma chamada alguém a quem eu possa ser útil ,alguém a quem eu possa dar uma informação..... Nada !!!
Lá fora está um dia cinzento com chuva e algum frio, o tempo também esta triste.
Neste momento veio-me a memoria o dia de ontem..... foi maravilhoso, o chá bebido a olhar para o mar , a serenidade do Bar do Moinho, o contacto tão próximo e ao mesmo tempo tão distante com a natureza, depois, perdidos entre a grandeza da natureza, no meio da serra de Sintra senti-me pequena, impotente, mas ao mesmo tempo perecia que era capaz de tudo, naqueles momentos para mim não existiam barreiras nem limites. Tive a sensação de que quando entrei na serra o tempo parou, só lá estive 1h30m mas pareceu uma eternidade. Quando regressamos a "civilização" senti-me estranha, mas bem, inexplicavelmente bem, parecia que a natureza tinha absorvido todos os meus problemas e preocupações, senti-me leve, por momentos pensei que poderia voar. Mas o dia não tinha terminado e o Cabo da Roca esperava por nós, sendo impossível ignorar o seu apelo dirigimo-nos para lá. Começou a trovejar . Quando chegamos e saímos do carro sentimos a chuva na cara e depois da leveza da serra parecia que o vento nos arrastava com ele, estava escuro mas de repente surgiu um clarão que iluminou o mar em tons de roxo, fiquei estagnada diante da força de um relâmpago, por momentos fiquei a olhar como que a perpetuar aquele momento. Para terminar aquele dia inesquecível voltamos ao moinho, sentados junto a janela a ver a trovoada comemos em silencio pois nenhuma palavra podia expressar o que acabávamos de sentir. Por isso hoje estar aqui sentada nesta secretária não tem sentido aqui não consigo sentir o que senti nesse dia , aqui não sou a mesma pessoa, livre, destemida, selvagem!

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